Transformados pela arte
Primeiro Caderno | Dia-a-dia
Edição de domingo, 5 de dezemb ro de 2010
As ações sociais têm o poder de mudar o rumo da vida de crianças e jovens que deixam a escola de lado para se envolver em práticas ilícitas, abandonando a escola, a família, e se dedicando, muitas vezes, ao tráfico e à violência. Um dos locais em João Pessoa onde meninos com idade entre sete e 18 anos podem contar com apoio para se afastar desta situação e encarar uma nova realidade é o Centro Cultural Piollin, ao lado do Parque Arruda Câmara, no bairro de Tambiá. Embora o intuito do espaço não seja apenas a formação artística, lá eles aprendem arte circense, teatro, artes plásticas, música e dança. Mas, para isso, precisam estar regularmente matriculados na escola. As atividades acontecem no horário oposto ao das aulas. Desde que o centro foi fundado, em 1977, mais de 30 mil crianças e adolescentes foram atendidos, público que pode ser muito maior levando-se em consideração todas as ações realizadas.
Jovem aprende malabares durante atividade artística no Centro Cultural Foto: Rafaela Tabosa/ON/D.A Press
Não são apenas os alunos que contam com benefícios. Os educadores da Piollin participam de um trabalho de formação. E todos os vinte funcionários vão a sessões de psicologia ocupacional. "Formamos uma organização social e contamos com parcerias, através de convênios com o governo do estado, prefeitura, Ministério da Cultura", disse a coordenadora administrativa Marcelina Moraes. Para manter viva a trajetória do Centro Cultural Piollin, que completou 33 anos, o Departamento de História da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) está catalogando toda a história do local para montar um acervo histórico. Após reunir todo o material, o resultado será publicado.
Dez educadores e um voluntário da Alemanha, que participa de um projeto de intercâmbio, colaboram para atender aos 48 alunos. O professor de arte circense Kleber Marone dá aulas desde 2006. Ele acompanha alguns meninos desde pequenos. Alguns viajam para festivais, ministram cursos e trabalham a cidadania de novos aprendizes. Outros se tornam monitores. "Temos alunos que vivem em situação de risco. O trabalho que desenvolvemos é uma forma de tirá-los desta situação. Alguns, inclusive, são da Casa de Acolhida. Tem meninos que vêm sempre, outros uma vez ou outra, mas o importante é que sempre acabam retornando", destaca.
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