O Grupo Arkhétypos, de Natal, apresenta em
João Pessoa o espetáculo Aboiá, em temporada até 16 de junho, sempre de sexta a omingo às 19h, no
Centro Cultural Piollin.
Segundo informações disponibilizadas pela produção do
espetáculo, Aboiá fala da terra, do sertão, da vida que emana debaixo do sol ardente, das
crenças e dos mitos que habitam o imaginário do povo nordestino.
O grupo potiguar apresenta um espetáculo quântico e
anacrônico, que subverte a palavra em detrimento da musicalidade e da produção
gutural do som, expandindo para o corpo do ator o conceito de neologismo
proposto por Guimarães Rosa.
Regionalismo na cena do grupo Potiguar |
“Aboiá” é fruto de um ano e meio de pesquisa
realizada pelo Grupo Arkhétypos de Teatro da UFRN e tem como foco o
Teatro-Ritual, a liminaridade e a celebração, daí a circularidade, presente
tanto na dramaturgia do espetáculo como na organização do espaço cênico. No
“Aboiá” o público é convidado a se debruçar sobre os mourões desse universo
arquetípico e participar da cena, construindo junto com o ator o sentido dessa
história. Um trabalho repleto de música, de sons, de vaqueiros e de bois, e
tudo isso se colapsa diante do espectador como um grande aboio que ecoa na
alma.
SINOPSE ABOIÁ
...Uma terra, um boi, um menino... um som gutural,
quase um canto que se projeta ao longe... um aboiá de um vaqueiro véio... Uma
boiada passando e no meio do caminho uma véia pára pra proseá... “Baleia...” Um
povo alegre, de muita festa e de muita fé, de muita luta e de pouca água...
essa é nossa sina, Matheus embaixador... O Cão e a Morte nos tiram pra dançá...
Desgraça! A vida continua... Desgraça... Violência, arapuca... Desgraça! Uma procissão
reza a Ave Maria... Os demônios estão à solta e cada qual carrega consigo o
peso da sua história... Festa e desgraça no terreiro de baleia... Chuva!!!
Vida!! Canto! Aboiá...
SOBRE O GRUPO
O Grupo Arkhétypos
teve início em março de 2010, quando o Prof. Dr. Robson Carlos Haderchpek, do
Curso de Teatro da UFRN, começou a pesquisar a Comunidade da Vila de Ponta
Negra - Natal/RN, local onde morava. O intuito inicial da proposta consistia em
investigar as histórias da população local e a partir delas iniciar um processo
de construção cênica utilizando como tema as “histórias de pescador”.
Para tanto, foi formado um Grupo de Teatro
que estivesse disposto a lançar-se a campo e iniciar uma atividade de extensão
na Vila de Ponta Negra. A priori, a
atividade do Grupo seria conhecer um pouco da história da comunidade,
participar das reuniões do Conselho Comunitário da Vila e dos ensaios dos
Grupos de Manifestação Popular, acompanhando a realidade local e pesquisando o
universo simbólico dos moradores.
A partir das atividades desenvolvidas na Vila
e dos trabalhos realizados em sala de ensaio, o Grupo começou a estruturar um
espetáculo teatral que falava do imaginário coletivo da população local: Santa Cruz do Não Sei, a vila que foi
parida pelo mar.
Grande elenco desenha as cores da cultura nordestina |
O Grupo foi oficializado como Projeto de
Extensão da UFRN e foi batizado com o nome de Arkhétypos. A palavra é de origem grega e significa modelo
primitivo, idéias inatas, conteúdo do inconsciente coletivo que foi empregado
pela primeira vez por Carl Gustav Yung.
No universo mítico, esses conteúdos remontam
a uma tradição, cuja idade é impossível determinar e pertencem a um mundo do
passado, cujas exigências espirituais são semelhantes às que se observam entre
culturas primitivas ainda existentes.
Segundo Patrice Pavis: “Os arquetipos estão
contidos no inconsciente coletivo e se manifestam na consciência dos indivíduos
e dos povos por meio dos sonhos, da imaginação e dos símbolos.” (1999, p.24). O
que vem a coadunar perfeitamente com a proposta do Grupo, de retratar o
universo simbólico e o imaginário coletivo da região.
O segundo trabalho coletivo do Grupo é o espetáculo Aboiá, que traz à tona a temática do
sertanejo, da terra e da gente que vive neste lugar. Na medida em que se
trabalha numa dimensão arquetípica as histórias são consequência das
personagens. No Aboiá os corpos pulsam e o som antecede à
existência das palavras, fazendo do ato de aboiar, um ato de encantamento e
poesia.
O espetáculo Aboiá foi contemplado com o Prêmio de Teatro Myriam Muniz 2012-
Categoria Montagem e fez sua estreia nos dias 03, 04 3 e 05 de maio no Barracão
Clowns – Natal/RN. Tem uma temporada agendada para João Pessoa de 07 a 16 de
junho e depois segue para Viena - Áustria, aonde vai se apresentar de 26 de
junho a 02 de julho na Universidade de Música e Artes Cênicas de Viena.
Por fim, o Grupo Arkhétypos pensa o Teatro como ato de encontro, um ato ritualístico
que transforma o espectador em uma testemunha da ação, herança dos ensinamentos
do encenador polonês Jerzy Grotowsky. Com base nestes princípios o Grupo vem se
apresentando, estabelecendo parcerias artísticas e trilhando um caminho de
descobertas, alinhando pesquisa, formação e arte em uma perspectiva de
transformação do indivíduo e da sociedade.
FICHA TÉCNICA ABOIÁ:
Direção: Robson Haderchpek
Assistente de Direção: Alex Cordeiro
Apoio Técnico: Clareana Graebner
Direção Musical: Caio Padilha
Iluminação: Ronaldo Costa
Operação de Luz: Alex Cordeiro
Maquiagem e Caracterização: Mona Magalhães
Fotografia e Projeto Gráfico: Pablo Pinheiro e Tiago Lima
Concepção Cenográfica: Ronaldo Costa e Pablo Pinheiro
Equipe de Cenografia: Ronaldo Costa, Alex Cordeiro e Grupo
Arkhétypos
Figurinista: Kátia Dantas
Costureira: Fátima Brilhante
Produção: Grupo Arkhétypos
Colaboração Vocal: Mayra Montenegro
Colaboração Corporal: Lara Rodrigues Machado
Elenco:
Aldemar
Pereira
Ananda
Krishna
George
Holanda
Izabela
Câmara
João Pedro
Araújo
Leila
Bezerra
Luana
Menezes
Lucília
Guedes
Paul Moraes
Paulinha
Medeiros
Tauany
Thabata
Thainá
Medeiros
SERVIÇO:
Dias: 14, 15 e 16 de junho
de 2013
Horário: 19h
Local: Centro Cultural
Piollin - Rua Professor Sizenando Costa, s/n, Roger - Ao lado da Bica. João
Pessoa/PB
Ingressos: R$ 10,00
(inteira) e R$ 5,00 (meia)
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