1 de agosto de 2013

Cia do Feijão em João Pessoa!



CELEBRANDO 15 ANOS DE SUA TRAJETÓRIA, COMPANHIA DO FEIJÃO APRESENTA EM JOÃO PESSOA OS ESPETÁCULOS TEATRAIS MIRE VEJA E ARMADILHAS BRASILEIRAS

Depois de Natal e Recife, João Pessoa é a próxima cidade a receber a turnê que comemora os 15 anos de atuação do premiado grupo teatral paulistano Cia do Feijão. Para celebrar essa importante marca a Companhia – que é patrocinada pela Petrobras – apresentará em julho dois espetáculos de seu repertório: Mire Veja (dias 03 e 04/08) e sua mais recente montagem, Armadilhas Brasileiras (dias 09, 10 e 11/08), que estreou em abril passado na capital paulista. Após as apresentações no Centro Cultural Piolin, o grupo segue turnê pelas cidades de Goiânia, Brasília e Rio de Janeiro.

Além da apresentação dos espetáculos, a Companhia do Feijão ainda realizará em João Pessoa uma série de atividades complementares, como oficina de criação teatral, laboratório de vivência literária e a exibição de um documentário que registra o processo criativo de “Armadilhas Brasileiras”, projeto contemplado no Petrobras Cultural 2010.

Armadilhas – Com seu novo espetáculo, “Armadilhas Brasileiras”, o grupo conclui seu projeto de investigação artística, que durou 18 meses. Em sua trajetória, o processo de pesquisa da Companhia do Feijão tem o objetivo de investigar o homem brasileiro, do histórico ao contemporâneo, em seu confronto com as dificuldades que encontra pelo caminho. “Essas ‘pedras’ pelo caminho são relacionadas ao sistema em vigor, suas variações e o impacto que provocam nos comportamentos deste homem (desejo x realidade)”, explica o dramaturgo Zernesto Pessoa. Ele acrescenta ainda que “com quase 15 anos de trabalho neste domínio, o foco agora está no apuramento das relações artísticas dentro do núcleo criativo e ainda suas intersecções com outras linguagens artísticas, notadamente a música, as artes plásticas e o cinema, além da literatura, esteio da companhia desde sua criação”.

“Entre as circunstâncias que permeiam o projeto, destaca-se a atualidade da discussão sobre as ‘armadilhas’ a que estamos sujeitos num país tão desigual. Uma mescla cruel entre o ultramoderno e o ultrapassado, onde necessidades básicas de sobrevivência são solapadas pela mercantilização dos sonhos e do bem-estar, gerando toda sorte de violências, sobretudo as mais sutis”, completa o diretor Pedro Pires. Para ancorar esse estudo, a companhia realizou atividades regulares de preparação e treinamento internas e abertas ao público, trabalho de campo e diálogos com outros coletivos artísticos e representantes de correntes várias de pensamento.

PROGRAMAÇÃO

Dias 03 e 04 de agosto, sábado e domingo, às 20h
MIRE VEJA
O espetáculo reúne 24 histórias curtas, fragmentadas e entrelaçadas, que falam da vida na metrópole paulistana e de pessoas de diversas origens e classes sociais que nela habitam. Com cerca de 30 personagens que não se encontram, as histórias encadeiam-se como flashes no tempo impossível da grande cidade. Um mosaico a partir do qual é possível vislumbrar uma parte desse universo tão densamente povoado pela diversidade.

Mire Veja completa, ao lado de O ó da viagem e Antigo 1850, uma trilogia sobre o homem brasileiro e algumas de suas realidades regionais e sociais. Fecha o círculo sertão-metrópole, numa livre adaptação das micro-histórias urbanas de brasileiros anônimos contadas por Luiz Ruffato no premiado livro eles eram muitos cavalos. O espetáculo estreou em 2003 e recebeu os prêmios Shell e APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).

FICHA TÉCNICA
Em cena: Fernanda Haucke, Guto Togniazzolo, Pedro Pires, Vera Lamy e Zernesto Pessoa
Direção e dramaturgia: Pedro Pires e Zernesto Pessoa
Cenário: Petronio Nascimento
Figurinos: Marina Reis
Iluminação: Marinho Piacentini


ARMADILHAS BRASILEIRAS
Dias 09 (sexta, às 19h), 10 e 11 (sábado e domingo, às 18h) de agosto

Com direção Pedro Pires, que também assina a dramaturgia ao lado de Zernesto Pessoa, a montagem traz no elenco Fernanda Haucke, Fernanda Rapisarda, Flávio Pires, Guto Togniazzolo e Vera Lamy, que interpretam os artistas de um grupo de teatro em processo de criação de uma peça sobre a crise econômica mundial de 1929 e suas consequências para os trabalhadores brasileiros. Durante o ensaio, porém, surge entre os atores (que também são os autores da peça) um conflito sobre os rumos da história, com questionamentos antagônicos sobre conteúdos e formas de representação. O acirramento deste embate de opiniões leva a um “golpe cênico”, que muda a história que vinha sendo contada e traz ao foco da discussão o próprio fazer artístico.

A montagem tem como plataforma as obras Café, O banquete (inacabada) e A meditação sobre o Tietê, de Mário de Andrade, combinadas com trechos livremente inspirados em obras de Bertolt Brecht, Groucho Marx, Machado de Assis, Oswald de Andrade, Samuel Beckett e Vladimir Maiakovski.

Em seu primeiro ato o espetáculo mostra o grupo contando, em tom épico, a história da crise brasileira do café em 1929 retratada na obra de Mário de Andrade. Como ponto de partida, a indignação difusa dos trabalhadores da indústria cafeeira (rurais e portuários) com a exploração dos patrões. Desde o início a história é contada com interferências aparentemente contraditórias de alguns atores.

No segundo ato, onde o descontentamento crescente dos trabalhadores retratados (agora urbanizados e organizados) levaria à realização de uma revolução vitoriosa, alguns dos artistas do grupo tomam a iniciativa de romper a trajetória original da ação por achá-la pouco plausível para os dias de hoje. Inserindo cenas novas, não previstas, gradativamente deturpam a direção utópica da encenação por meio de expedientes próprios da linguagem grotesca. No final, como espécie de somatória das contradições dos dois grupos em disputa, ganha relevo um terceiro tipo de narrador, uma terceira possibilidade de forma e conteúdo, que desde o início esteve presente pontuando a narrativa principal, provocando ambos os grupos sem aderir definitivamente a nenhum.

FICHA TÉCNICA – ARMADILHAS BRASILEIRAS
Elenco: Fernanda Haucke, Fernanda Rapisarda, Flávio Pires, Guto Togniazzolo e Vera Lamy
Argumento e Direção: Pedro Pires
Dramaturgia: Pedro Pires e Zernesto Pessoa
Cenário: Fernanda Aloi e Pedro Pires
Figurinos: Daniel Infantini e Guto Togniazzolo
Direção musical: Flávio Pires e Lucas Vasconcelos
Músicas: núcleo artístico da companhia e Lucas Vasconcelos
Iluminação: Pedro Pires e Zernesto Pessoa
Criação em vídeo: Leandro Goddinho
Projeções: André Menezes
Fotos: José Romero e Leandro Goddinho
Projeto gráfico: Ieltxu Martínez Ortueta
Produção: Cláudia Burbulhan e Paulo Reis (assistente)
Colaboração artística: Brava Companhia, Cia. Antropofágica, Denise Namura, Engenho Teatral, Francisco Zmekhol Nascimento de Oliveira, José Antônio Pasta Jr., Luiz Ruffato, Nuno Ramos, Michael Bugdahn, Sérgio de Carvalho e Walter Garcia

ATIVIDADES COMPLEMENTARES
OFICINA DE CRIAÇÃO TEATRAL
Compartilhamento do trabalho contínuo da Companhia do Feijão sobre o desenvolvimento de técnicas criativas para o trabalho do ator. Carga horária de 9 horas divididas em três dias.
Dias: 06, 07 e 08 de agosto de 2013, terça, quarta e quinta-feira, das 9h às 12h
Local: Teatro Universitário Lima Penante – Av. João Machado 67 – Centro
Vagas: 15
Público: atores com experiência, a partir de 18 anos
Inscrições: de 21 de julho a 4 de agosto de 2013 – currículo sucinto e carta de intenção exclusivamente pelo e-mail oficinajp@companhiadofeijao.com.br
Seleção: divulgação no dia 05 de agosto de 2013 em www.companhiadofeijao.com.br e contato direto com os selecionados

LABORATÓRIO DE VIVÊNCIA LITERÁRIA
Conduzido pelo escritor Luiz Ruffato, compreenderá a proposição de temas para a criação de textos, discussão conjunta e reescrita – uma reflexão sobre o ato de escrever. Carga horária de 6 horas em dia único.
Dia: 5 de agosto, segunda-feira, das 9h às 16h (intervalo para almoço entre 12h e 13h)
Local: UFPB – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes / Pós-graduação – Cidade Universitária
Vagas: 12
Público: Exclusivamente ficcionistas a partir de 18 anos
Dinâmica: Cada selecionado deve trazer um conto de sua autoria, com no máximo 6 mil caracteres, com cópias para todos os participantes
Inscrições: de 21 de julho a 3 de agosto de 2013 – currículo sucinto e carta de intenção exclusivamente pelo e-mail literaturajp@companhiadofeijao.com.br
Seleção: divulgação no dia 04 de agosto de 2013 em www.companhiadofeijao.com.br e contato direto com os selecionados

DOCUMENTÁRIO SOBRE O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE ARMADILHAS BRASILEIRAS
Exibição seguida de debate. O documentário também servirá como apoio pedagógico nas oficinas de criação teatral
Dia: 8 de agosto de 2013, quinta-feira, às 11h
Local: Teatro Universitário Lima Penante – Av. João Machado 67 – Centro

PERFIL – COMPANHIA DO FEIJÃO
A Companhia do Feijão tem desde 1998 um reconhecido trabalho continuado de desenvolvimento de linguagens teatrais e criação em equipe, utilizando como tema de base o estudo do homem e das realidades brasileiras. Intercepta em suas criações a observação crítica de fatos sociais contemporâneos e uma permanente investigação sobre a história e a memória nacionais. Sempre em busca de procedimentos que possam servir como referentes para um real desenvolvimento de políticas públicas no que se refere à existência de manifestações culturais não contempladas por ditames mercadológicos. Tem em seu currículo dez espetáculos que procura levar a lugares onde normalmente o teatro não chega, tendo percorrido grande parte do território brasileiro, além de Portugal, Espanha e Cabo Verde, e atendendo a um amplo espectro de público que vai de grandes metrópoles a mínimas comunidades rurais. Já recebeu os Prêmios APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e Shell, além de diversas premiações individuais de seus integrantes, prêmios-estímulo e projetos contemplados pelo Programa de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

SERVIÇO
Cia do Feijão
Espetáculo Mire Veja
Dias 03 e 04 de agosto, sábado e domingo, às 20h
Duração: 120 minutos
Indicação etária: 14 anos
Ingressos: distribuição por ordem de chegada
Espetáculo Armadilhas Brasileiras
Dias 09, 10 e 11 de agosto. Sexta às 19h, sábado e domingo às 18h
Duração: 120 minutos
Indicação etária: 14 anos
Ingressos: distribuição por ordem de chegada
Local: Centro Cultural Piollin
Endereço: R. Sizenando Costa s/n – Roger (ao lado da Bica) – (83) 3241.6343

Apoio: Piollin Grupo de Teatro, Centro Cultural Piollin, Coletivo de Teatro Alfenim e Universidade Federal da Paraíba / Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes / Teatro Universitário Lima Penante 

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