CELEBRANDO
15 ANOS DE SUA TRAJETÓRIA, COMPANHIA DO FEIJÃO APRESENTA EM
JOÃO PESSOA OS ESPETÁCULOS TEATRAIS MIRE VEJA E ARMADILHAS
BRASILEIRAS
Depois
de Natal e Recife, João Pessoa é a próxima cidade a receber a turnê que
comemora os 15 anos de atuação do premiado grupo teatral paulistano Cia do
Feijão. Para celebrar essa importante marca a Companhia – que é patrocinada
pela Petrobras – apresentará em julho dois espetáculos de seu
repertório: Mire Veja (dias 03 e 04/08) e sua mais recente
montagem, Armadilhas Brasileiras (dias 09, 10 e 11/08), que
estreou em abril passado na capital paulista. Após as apresentações no Centro
Cultural Piolin, o grupo segue turnê pelas cidades de Goiânia, Brasília e
Rio de Janeiro.
Além
da apresentação dos espetáculos, a Companhia do Feijão ainda realizará em João
Pessoa uma série de atividades complementares, como oficina de
criação teatral, laboratório de vivência literária e a exibição
de um documentário que registra o processo criativo de “Armadilhas
Brasileiras”, projeto contemplado no Petrobras Cultural 2010.
Armadilhas
– Com seu novo espetáculo,
“Armadilhas Brasileiras”, o grupo conclui seu projeto de investigação
artística, que durou 18 meses. Em sua trajetória, o processo de pesquisa da
Companhia do Feijão tem o objetivo de investigar o homem brasileiro, do
histórico ao contemporâneo, em seu confronto com as dificuldades que encontra
pelo caminho. “Essas ‘pedras’ pelo caminho são relacionadas ao sistema em
vigor, suas variações e o impacto que provocam nos comportamentos deste homem
(desejo x realidade)”, explica o dramaturgo Zernesto Pessoa. Ele acrescenta
ainda que “com quase 15 anos de trabalho neste domínio, o foco agora está no
apuramento das relações artísticas dentro do núcleo criativo e ainda suas
intersecções com outras linguagens artísticas, notadamente a música, as artes
plásticas e o cinema, além da literatura, esteio da companhia desde sua
criação”.
“Entre
as circunstâncias que permeiam o projeto, destaca-se a atualidade da discussão
sobre as ‘armadilhas’ a que estamos sujeitos num país tão desigual. Uma mescla
cruel entre o ultramoderno e o ultrapassado, onde necessidades básicas de
sobrevivência são solapadas pela mercantilização dos sonhos e do bem-estar,
gerando toda sorte de violências, sobretudo as mais sutis”, completa o diretor
Pedro Pires. Para ancorar esse estudo, a companhia realizou atividades
regulares de preparação e treinamento internas e abertas ao público, trabalho
de campo e diálogos com outros coletivos artísticos e representantes de
correntes várias de pensamento.
PROGRAMAÇÃO
Dias
03 e 04 de agosto, sábado e domingo, às 20h
MIRE
VEJA
O
espetáculo reúne 24 histórias curtas, fragmentadas e entrelaçadas, que falam da
vida na metrópole paulistana e de pessoas de diversas origens e classes sociais
que nela habitam. Com cerca de 30 personagens que não se encontram, as
histórias encadeiam-se como flashes no tempo impossível da grande
cidade. Um mosaico a partir do qual é possível vislumbrar uma parte desse universo
tão densamente povoado pela diversidade.
Mire
Veja completa, ao lado de O ó da viagem e Antigo 1850, uma
trilogia sobre o homem brasileiro e algumas de suas realidades regionais e
sociais. Fecha o círculo sertão-metrópole, numa livre adaptação das micro-histórias
urbanas de brasileiros anônimos contadas por Luiz Ruffato no premiado livro eles
eram muitos cavalos. O espetáculo estreou em 2003 e recebeu os prêmios
Shell e APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).
FICHA
TÉCNICA
Em
cena: Fernanda Haucke, Guto
Togniazzolo, Pedro Pires, Vera Lamy e Zernesto Pessoa
Direção
e dramaturgia: Pedro Pires e Zernesto
Pessoa
Cenário:
Petronio Nascimento
Figurinos:
Marina Reis
Iluminação:
Marinho Piacentini
ARMADILHAS
BRASILEIRAS
Dias
09 (sexta, às 19h), 10 e 11 (sábado e domingo, às 18h) de agosto
Com
direção Pedro Pires, que também assina a dramaturgia ao lado de Zernesto
Pessoa, a montagem traz no elenco Fernanda Haucke, Fernanda
Rapisarda, Flávio Pires, Guto Togniazzolo e Vera Lamy,
que interpretam os artistas de um grupo de teatro em processo de criação de uma
peça sobre a crise econômica mundial de 1929 e suas consequências para os
trabalhadores brasileiros. Durante o ensaio, porém, surge entre os atores (que
também são os autores da peça) um conflito sobre os rumos da história, com
questionamentos antagônicos sobre conteúdos e formas de representação. O
acirramento deste embate de opiniões leva a um “golpe cênico”, que muda a
história que vinha sendo contada e traz ao foco da discussão o próprio fazer
artístico.
A
montagem tem como plataforma as obras Café, O banquete (inacabada)
e A meditação sobre o Tietê, de Mário de Andrade, combinadas com trechos
livremente inspirados em obras de Bertolt Brecht, Groucho Marx, Machado de
Assis, Oswald de Andrade, Samuel Beckett e Vladimir Maiakovski.
Em
seu primeiro ato o espetáculo mostra o grupo contando, em tom épico, a história
da crise brasileira do café em 1929 retratada na obra de Mário de Andrade. Como
ponto de partida, a indignação difusa dos trabalhadores da indústria cafeeira
(rurais e portuários) com a exploração dos patrões. Desde o início a história é
contada com interferências aparentemente contraditórias de alguns atores.
No
segundo ato, onde o descontentamento crescente dos trabalhadores retratados
(agora urbanizados e organizados) levaria à realização de uma revolução
vitoriosa, alguns dos artistas do grupo tomam a iniciativa de romper a
trajetória original da ação por achá-la pouco plausível para os dias de hoje.
Inserindo cenas novas, não previstas, gradativamente deturpam a direção utópica
da encenação por meio de expedientes próprios da linguagem grotesca. No final,
como espécie de somatória das contradições dos dois grupos em disputa, ganha
relevo um terceiro tipo de narrador, uma terceira possibilidade de forma e
conteúdo, que desde o início esteve presente pontuando a narrativa principal,
provocando ambos os grupos sem aderir definitivamente a nenhum.
FICHA
TÉCNICA – ARMADILHAS BRASILEIRAS
Elenco:
Fernanda Haucke, Fernanda Rapisarda,
Flávio Pires, Guto Togniazzolo e Vera Lamy
Argumento
e Direção: Pedro Pires
Dramaturgia:
Pedro Pires e Zernesto Pessoa
Cenário:
Fernanda Aloi e Pedro Pires
Figurinos:
Daniel Infantini e Guto Togniazzolo
Direção
musical: Flávio Pires e Lucas
Vasconcelos
Músicas:
núcleo artístico da companhia e Lucas
Vasconcelos
Iluminação:
Pedro Pires e Zernesto Pessoa
Criação
em vídeo: Leandro Goddinho
Projeções:
André Menezes
Fotos:
José Romero e Leandro Goddinho
Projeto
gráfico: Ieltxu Martínez Ortueta
Produção:
Cláudia Burbulhan e Paulo Reis
(assistente)
Colaboração
artística: Brava Companhia, Cia.
Antropofágica, Denise Namura, Engenho Teatral, Francisco Zmekhol Nascimento de
Oliveira, José Antônio Pasta Jr., Luiz Ruffato, Nuno Ramos, Michael Bugdahn,
Sérgio de Carvalho e Walter Garcia
ATIVIDADES
COMPLEMENTARES
OFICINA
DE CRIAÇÃO TEATRAL
Compartilhamento
do trabalho contínuo da Companhia do Feijão sobre o desenvolvimento de técnicas
criativas para o trabalho do ator. Carga horária de 9 horas divididas em três
dias.
Dias:
06, 07 e 08 de agosto de 2013, terça,
quarta e quinta-feira, das 9h às 12h
Local:
Teatro Universitário Lima Penante –
Av. João Machado 67 – Centro
Vagas:
15
Público:
atores com experiência, a partir de
18 anos
Inscrições:
de 21 de julho a 4 de agosto de 2013
– currículo sucinto e carta de intenção exclusivamente pelo e-mail
oficinajp@companhiadofeijao.com.br
Seleção:
divulgação no dia 05 de agosto de
2013 em www.companhiadofeijao.com.br e contato direto com os selecionados
LABORATÓRIO
DE VIVÊNCIA LITERÁRIA
Conduzido
pelo escritor Luiz Ruffato, compreenderá a proposição de temas para a criação
de textos, discussão conjunta e reescrita – uma reflexão sobre o ato de
escrever. Carga horária de 6 horas em dia único.
Dia:
5 de agosto, segunda-feira, das 9h às
16h (intervalo para almoço entre 12h e 13h)
Local:
UFPB – Centro de Ciências Humanas,
Letras e Artes / Pós-graduação – Cidade Universitária
Vagas:
12
Público:
Exclusivamente ficcionistas a partir
de 18 anos
Dinâmica:
Cada selecionado deve trazer um conto
de sua autoria, com no máximo 6 mil caracteres, com cópias para todos os
participantes
Inscrições:
de 21 de julho a 3 de agosto de 2013
– currículo sucinto e carta de intenção exclusivamente pelo e-mail literaturajp@companhiadofeijao.com.br
Seleção:
divulgação no dia 04 de agosto de
2013 em www.companhiadofeijao.com.br e contato direto com os selecionados
DOCUMENTÁRIO
SOBRE O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE ARMADILHAS BRASILEIRAS
Exibição
seguida de debate. O documentário também servirá como apoio pedagógico nas
oficinas de criação teatral
Dia:
8 de agosto de 2013, quinta-feira, às
11h
Local:
Teatro Universitário Lima Penante –
Av. João Machado 67 – Centro
PERFIL
– COMPANHIA DO FEIJÃO
A
Companhia do Feijão tem desde 1998 um reconhecido trabalho continuado de
desenvolvimento de linguagens teatrais e criação em equipe, utilizando como
tema de base o estudo do homem e das realidades brasileiras. Intercepta em suas
criações a observação crítica de fatos sociais contemporâneos e uma permanente
investigação sobre a história e a memória nacionais. Sempre em busca de
procedimentos que possam servir como referentes para um real desenvolvimento de
políticas públicas no que se refere à existência de manifestações culturais não
contempladas por ditames mercadológicos. Tem em seu currículo dez espetáculos
que procura levar a lugares onde normalmente o teatro não chega, tendo
percorrido grande parte do território brasileiro, além de Portugal, Espanha e
Cabo Verde, e atendendo a um amplo espectro de público que vai de grandes
metrópoles a mínimas comunidades rurais. Já recebeu os Prêmios APCA (Associação
Paulista de Críticos de Arte) e Shell, além de diversas premiações individuais
de seus integrantes, prêmios-estímulo e projetos contemplados pelo Programa de
Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.
SERVIÇO
Cia
do Feijão
Espetáculo
Mire Veja
Dias
03 e 04 de agosto, sábado e domingo,
às 20h
Duração:
120 minutos
Indicação
etária: 14 anos
Ingressos:
distribuição por ordem de chegada
Espetáculo
Armadilhas Brasileiras
Dias
09, 10 e 11 de agosto. Sexta às 19h,
sábado e domingo às 18h
Duração:
120 minutos
Indicação
etária: 14 anos
Ingressos:
distribuição por ordem de chegada
Local:
Centro Cultural Piollin
Endereço:
R. Sizenando Costa s/n – Roger (ao
lado da Bica) – (83) 3241.6343
Apoio:
Piollin Grupo de Teatro, Centro
Cultural Piollin, Coletivo de Teatro Alfenim e Universidade Federal da Paraíba
/ Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes / Teatro Universitário Lima
Penante
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